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Desde o início tivemos a noção da dificuldade que o presente trabalho colocaria, sobretudo devido à pouca investigação realizada sobre formação em gerontologia. Concluímos que em relação às Ajudantes de Lar (perto de 20.000 nas IPSS):
1 - Todos, dirigentes e trabalhadoras, são unânimes em considerar que o pessoal existente tem pouca formação e que é urgente e fundamental existir mais formação profissional.
2 - Unânime foi igualmente a constatação que o serviço de apoio aos idosos é difícil, mal remunerado (média mensal de 400€) e tem uma imagem social pouco dignificante.
3 - Este emprego só deve ser desempenhado por quem tenha vocação e goste dos idosos.
4 - A tendência é para aumentar a procura por estes serviços (5% anualmente), fruto do aumento demográfico dos idosos (16.4% da actual população) e da menor capacidade de resposta por parte da família.
5 – Existe dificuldade em recrutar novas trabalhadoras, assim como existem poucas pessoas com o perfil desejado.
6 - Em relação as características das ajudantes de Lar, constatámos que é um emprego quase totalmente feminino (98%), com uma média de 42 anos e executado por trabalhadoras com baixo nível académico e de formação (possuindo a maioria a 4ª classe ou o 6º ano). Quanto às competências requeridas destacam-se as de saber-ser e saber-estar (gostar dos idosos, trabalhar em equipa, confidencialidade e humanidade). Nas competências de saber-fazer salientam-se os procedimentos sobre higiene pessoal e cuidados de saúde.
7 - As trabalhadoras são normalmente em baixo número e têm dificuldade em conseguir realizar o seu trabalho com qualidade, prevalecendo a quantidade de serviço em detrimento da qualidade.
8 - O emprego assenta na polivalência, na interajuda entre as colegas e na disponibilidade individual.
9 - O emprego tende a ser cada vez mais específico e exigente a nível de conhecimentos, dada a exigência de uma melhor qualidade por parte dos utentes, e pelo aumento do número de idosos dependentes e dementes.
No final propusemos um perfil profissional que traduza este emprego. O actual panorama profissional nesta área agrupa cinco denominações para a mesma função. Considerámos que isso não é útil para ninguém (trabalhadoras, entidades patronais e entidades formadoras) dada a confusão que provoca e a perca de uma identidade profissional única e mais dignificante.
Sugerimos que para se formarem Ajudantes de Seniores para desempenharem as suas funções com qualidade seria necessário uma formação inicial com a duração aproximada de um ano, assente numa forte componente relacional prática para permitir o ingresso na carreira, assim como a escolaridade obrigatória. Todas as Ajudantes deveriam receber formação contínua específica e regular, de acordo com os seus interesses e necessidades.